A Profissão
Há muitos caminhos que nos movem em direção a escolha da profissão que exercemos ou pretendemos seguir, durante alguns dias ouvi um certo número de depoimentos e percebi que esta decisão pode estar ligada a vários fatores.
Podemos definir simplesmente como algo do acaso ou um click, associados a assistir determinado programa, o ganho de um presente, um projeto para formar e cuidar de uma família, uma aula, a falta de outras opções na região que moramos, problemas financeiros, ou seguir aquilo que sonhamos desde criança, a imposição dos pais, um ônibus errado, … a questão é que muitas vezes quando iniciamos está jornada não temos certeza se chegaremos felizes e realizados no ponto de destino.
Iniciamos um curso profissionalizante sempre com a esperança de que no final daquela trilha iremos estar exercendo algo que de certa forma foi a nossa escolha empática ou determinada.
Muitos terminam este trajeto com a certeza de que fizeram a escolha perfeita e que o caminho foi, mesmo com todas as abdicações, bom, outros se frustram ou percebem que estavam na direção errada e abandonam, há aqueles que também não chegam a exercer efetivamente a carreira traçada, outros precisam abandonar no meio, mas quase todos quando começam a atuar na profissão não tem muita certeza do que alcançariam.
Quando fechamos o ciclo do ensino básico, somos automaticamente levados a prestar um concurso e embarcar numa viagem para o nosso futuro profissional, nesta época da vida, geralmente sofremos muitas influências de amigos ou familiares, e também contamos com impulsos hormonais que nós fazem tomar decisões impulsivas, às vezes, precisas a marcar nossos passaportes para o grande sucesso da realização profissional, outras vezes não.
Nem sempre a melhor escolha vem carregada de uma estrada sem obstáculos escuros, pequenas desilusões e a fortuna desejada. Durante o caminho de graduação, muitas vezes pelas noites em claro, pelas festas perdidas, pelo final de semana debruçado nos livros em busca da finalização de um trabalho monstruoso e valor insignificante, mas necessário, pensamos em desistir, esse mesmo pensamento invade as nossas mentes quando nosso primeiro currículo é rejeitado, duas, três … várias vezes. Nosso chefe ou companheiros de trabalho são verdadeiros carrascos ou estamos muito longe do plano.
Porém algo lá no fundo nos faz acreditar em nós, nos nossos sonhos, naquelas metas que planejamos no começo de tudo e continuamos.
Continuamos porque ao ser beliscado pelo amor da profissão, quando pactuamos com ela um trajeto significativo para nós, optamos em não nos abandonarmos de nós.
O instante em que: receber o brinquedo certo naquele aniversário, o prestar atenção no momento certo da aula em que o professor nos conectou com esse desafio, feito também nas brincadeiras de criança, nos mostrando a nossa verdadeira vocação, como aquela apontada pela oportunidade de um concurso público que não apenas seria uma estabilidade, mas também a possibilidade de patrocinar suas especializações, ou que a falta de outras opções na sua cidade, na verdade foi a seta que te levou para o que você desejava ser quando crescer, o ônibus errado te levou na verdade para o destino certo, já que essa profissão combina muito mais com você que a pensada anteriormente, por isso ela te escolheu também, que seus pais tinham razão e você seguiu o trajeto deles, mesmo que em linhas tortas, ou simplesmente o sorriso de seu futuro bebê que desfrutará do seu horário elástico ou reduzido na escala para ficar com ele, essas certeza enchem de brilho o seu olhar e sua certeza de estar ou ter feito o caminho certo.
Todas essas definições foram relatadas por aqueles que tive oportunidade de entrevistar, me fazendo crer que os meios ou caminhos não importam, sempre encontraremos a carreira que nos fará completos e felizes de uma forma ou de outra.
Telma Gomes
Amei amiga
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