Saudades de Verão

Hoje acordei com o sol tocando a janela do quarto, pelo calor percebi que o dia seria lindo, um lindo dia de sol, com céu azul de brigadeiro como costuma-se dizer quando ele está perfeito. e com aquele calor forte invadindo nosso corpo e o deixando melado.

Aquele calor que a gente quer procurar um abrigo, mesmo que seja a sombra de um poste da rua.

Que a garganta seca,  e a água não mata a sede.

Aquele dia de “fritar ovo no asfalto”, desejar uma loirinha bem geladinha pra refrescar e relaxar no final da tarde, pra fechar com chave de ouro a perfeição.

Aquele dia tão especial que o mar nos convida pra um mergulho sem importância, que vai terminar com uma brisa fresquinha nos corpos da gente, refrescando e nos trazendo uma alegria compensatória qualquer.

Aquela cena de filme em que a noitinha,  o sol beija as ondas lá no horizonte, faz alaranjar o céu dos amantes, respingar o doce mel da preguiça e fazer as pessoas cantarem, numa rodinha na areia, canções formidáveis a luz do luar.

Aquele dia tão intenso que não paramos pra pensar em bobagens, tão pouco apreciar a paisagem do céu.

Mas mesmo assim, vai despertar o desejo por aquela água de coco, no famoso passeio com a brisa leve sobre o calçadão da praia.

Ai… é um dia daqueles que devemos deitar numa rede e sentir a brisa do mar, ouvir os pássaros cantarem, apreciar os insetos a pegar o néctar das flores, nada pra fazer ou pensar,  apenas espreguiçar no sofá, sem demora, não se locomover por nada e com nada de bom ou ruim pra atormentar o pensar …

É um dia pra nos fazer descobrir como a vida vale a pena, como não devemos parar de apreciar a beleza de cada detalhe, de cada rotina … como devemos ser justo e ao mesmo tempo injustos, mas verdadeiro com nós mesmo, aprender que a alegria da vida está na simplicidade do olhar, no saber caminhar, do entender como é bom contemplar os nossos feitos sem mirar nos defeitos, viver cada momento sem tormento, sem fantasia, apenas com a alegria das oportunidades trilhadas em cada dia, das essências, dos detalhes, da obra e não do trabalho final, saber que o sol bate em nossa janela todos as manhãs de verão, outono, primavera ou inverno e saber como é esplendoroso o viver e não o ser, ter ou fazer.

(Telma Gomes)

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